À medida em que mais atores sociais e grupos se inteiram da bomba de impactos ambientais e sociais que é o emissário do Comperj, mais o coro de insatisfeitos se agiganta. Veja abaixo a matéria de O Fluminense apresentando a visão do CREA e de engenheiros sobre o projeto que poderá afetar também praias de Niterói.
Por: Lívia Neder 30/01/2012
A polêmica sobre a implantação do emissário submarino do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Maricá, também está gerando polêmica de Niterói. O fato de nenhuma audiência pública ter sido agendada para apresentar o projeto à população niteroiense é criticado por representantes da sociedade civil, que acreditam que possíveis impactos ambientais causados pelo duto atingiriam praias da Região Oceânica, como Itacoatiara e Itaipu, vizinhas à praia de Itaipuaçu.
De acordo com o subchefe da Divisão Ambiental do Clube de Engenharia, Wagner Fia, um projeto desse porte deveria ter uma discussão mais ampla.
“Os dejetos serão lançados muito perto da Praia de Itaipuaçu e, por se tratar de resíduos industriais, mesmo que tratados, podem impactar a biodiversidade marinha de Maricá e de Niterói”, acredita.
Para o assessor de Meio Ambiente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), Adacto Otoni, pontos do Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (Rima) revelam que a qualidade dos efluentes químicos que serão despejados, mesmo que tratados, não é segura.
“A página 54 do Rima diz que se esse efluente do Comperj fosse despejado na Baía de Guanabara levaria a uma degradação de grande intensidade. Ora, se iria impactar a Baía de Guanabara, que já é poluída, imagina o mar de Maricá e toda a biodiversidade presente. Alertamos ao Inea que seja reavaliado o tipo de tratamento que será dado aos efluentes químicos e que invistam em tecnologias mais rigorosas para gerar menos riscos”, argumentou.
Licenciamento – O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, declarou que, em vista das questões levantadas, o Inea poderá ou não dar a licença, ou poderá conceder a licença colocando condições mais restritivas, obrigando maior proteção ambiental.
“Todos os pontos levantados serão analisados e todas as sugestões mais fundamentais serão incorporadas”, afirmou. Procurada, a Petrobras não se pronunciou sobre o assunto.
(Fonte: O FLUMINENSE. Disponível em: http://jornal.ofluminense.com.br/editorias/cidades/construcao-de-emissario-do-comperj-pode-afetar-praias-de-niteroi#.Tyxy1vWG8M4.facebook. Publicada em 30/1/2012)
O emissário terrestre/submarino do Comperj, obra da Petrobras que despejará toneladas diárias de esgoto petroquímico no litoral de Maricá, está praticamente pronto. Assim, mesmo sendo um empreendimento ilegal, cheio de irregularidades e licenciado de forma suspeita, estará em breve poluindo praias, ilhas e pescado deste município e de outros, como Niterói. Não há mais o que fazer, infelizmente, a não ser cobrar das autoridades mais fiscalização, além de denunciar os impactos. E lamentar.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário