O emissário terrestre/submarino do
Comperj continua a distribuir problemas a moradores de áreas próximas ao seu
traçado e ao meio ambiente, antes mesmo de inaugurado. Imagine-se quando
estiver em operação.
Por: Cássio Garcez, blogueiro do Fora Duto do Comperj
Segundo
jornal virtual de Maricá, obras do emissário do Comperj vem causando
transtornos a moradores da Avenida B, em Inoã, por causa dos testes de pressão
que estão sendo feitos pela empreiteira responsável pela obra, a OAS.
Entre os
problemas, estariam tremores e rachaduras nas casas mais próximas ao emissário.
A notícia foi publicada hoje.
Suspeita-se
que outra notícia da mesma fonte, publicada no último dia 18, sobre constatação
de vazamento de produto químico em Inoã, possa estar relacionada com a primeira.
O emissário do Comperj
O emissário terrestre/submarino do Comperj é uma estrutura industrial que visa a transportar através de dutos toneladas de efluentes petroquímicos desde Itaboraí, onde está localizado o complexo petroquímico, até a Praia de Itaipuaçu, onde serão despejados diariamente.
As obras de instalação do emissário, que estão em sua fase final (testes de pressão), receberam licença do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) em julho de 2012, mesmo havendo inúmeros indícios de ilegalidades e irregularidades no processo de licenciamento, assim como intensos protestos de moradores de Maricá e de ambientalistas contrários a este empreendimento. A instalação, no entanto, começou antes da liberação da licença, demonstrando o descaso da Petrobras com a legislação.
Assim, com a licença de instalação concedida pelo Inea, foram desconsiderados pelo órgão ambiental documentos técnicos produzidos por ONGs, como a Associação de Proteção Ambiental das Lagunas de Maricá - Apalma, e coletivos como o Grupo de Trabalho Duto do Comperj, do Conselho Consultivo do Parque Estadual da Serra da Tiririca, que atestam a absurdidade e a ilegalidade dessa obra. Também foram ignoradas propostas de tecnologias menos impactantes, como a de descarte zero de efluentes, de domínio da própria Petrobras na Refinaria Capuava, em São Paulo.
O processo de licenciamento foi tão suspeito e vertical, que nem mesmo os Ministérios Públicos (Estadual e Federal, que corroboraram muitas das denúncias da sociedade civil através do GATE -Grupo de Apoio Técnico - e de outros especialistas), que estiveram ativamente na luta contra as irregularidades do projeto do emissário do Comperj, conseguiram barrá-lo ou alterá-lo de forma significativa.
Desta maneira, depreende-se que falta pouco para a população e o meio ambiente de Maricá e de municípios litorâneos vizinhos passarem a sofrer com os impactos desse verdadeiro presente de grego do Inea e da Petrobras, com o início da operação do emissário do Comperj.
Algo que só podemos lamentar e continuar a denunciar as irregularidades. E também a cobrar das autoridades fiscalização permanente e rigor na punição dos responsáveis pelas falhas na construção e operação do emissário.
(Notícia
baseada em matérias publicadas no site Lei Seca Maricá, disponíveis em: http://www.leisecamarica.com.br/inoa-obras-do-comperj-continuam-revoltando-moradores-da-avenida-b/
e http://www.leisecamarica.com.br/policia-ambiental-monitora-vazamento-de-produto-quimico-em-inoa/.
Publicadas respectivamente em 21 e 18 de setembro de 2015. Charge: Dalcio. Fonte: Facebook).
Nenhum comentário:
Postar um comentário